Conhecendo New York em 4 dias

Acima, Central Park; abaixo: à esquerda, Rockfeller Center e, à direita, Empire States Building. (*)

Viajei com minha família para New York em dezembro de 2013. No grupo havia 7 pessoas, sendo 4 adultos e 3 adolescentes. Chegamos lá numa quarta-feira de manhã e teríamos até a tarde de sábado para conhecer a cidade, quando partiríamos, então, para Orlando, na Flórida (mas esta parte da viagem será assunto para uma próxima matéria). Era a primeira vez que aterrissávamos na Big Apple e eu fiquei encarregada de fazer a nossa programação diária. Então o segredo foi planejar, com bastante antecedência, o que seria feito em cada dia, ou poderíamos voltar frustrados por termos perdido oportunidades ou desperdiçado tempo e dinheiro além do necessário, além de que não podia esquecer que era um período no qual enfrentaríamos temperaturas negativas.

Preparei, então, um roteiro, da seguinte forma: após decidir com o grupo e fazer uma lista de tudo o que queríamos conhecer, com um mapa de Manhattan em mãos marquei a localização de cada um desses lugares para facilitar a logística dos passeios. Depois conferi, nos respectivos sites (quando aplicável), os preços dos ingressos, o horário de funcionamento e se havia necessidade de fazer reservas. E fui anotando tudo num papel, resultando, ao final, no roteiro abaixo (conforme você verá, apesar de NY oferecer muitas opções para uma viagem cultural, com inúmeros museus e shows, por exemplo, meu grupo optou por fazer outros tipos de passeio).

Bem, após concluir que a melhor forma de locomoção seria o transporte público ou táxi, tendo em vista o trânsito intenso e a escassez de lugares para estacionar (além do que estacionamento privativo custava, em média, na época da minha viagem, a pequena fortuna de U$ 25 a hora), providenciei, também, um mapa do subway (metrô). Como a ideia era economizar ao máximo, utilizar este meio de transporte seria a melhor opção (e aproveito para agradecer à minha amiga Mônica Gardenal Baldo, que reside em NY, a qual, sabendo que eu pretendia ir para lá, trouxe-me um exemplar do mapa em sua viagem ao Brasil). Caso você não disponha de alguém que possa fazer isso por você, acesse o site da empresa para obter todas as informações ou adquira uma versão impressa do mapa que é distribuída gratuitamente no aeroporto JFK (John F. Kennedy, o principal de NY).

Quanto aos bilhetes de metrô, você pode adquirir os unitários (por viagem) ou por período. Até o fechamento desta edição, o primeiro estava custando U$ 2,50 e, o segundo (que dá ao usuário o direito de utilizar o subway ilimitadamente por um período de 7 dias), U$ 29. Em razão da curta duração da minha viagem e da pequena quantidade de vezes que o utilizaríamos, eu preferi comprar bilhetes unitários. Se esta também for sua escolha, é importante observar algumas regras: na primeira vez, você precisa adquirir o cartão metrocard, numa das máquinas espalhadas pela estação, e pagar por ele (cerca de U$ 1), mas poderá reutilizá-lo nas próximas viagens, recarregando-o por quantas vezes precisar. Detalhe: mesmo que você o abasteça com diversas passagens, poderá utilizar até o máximo de 4 ao mesmo tempo (mesma estação e no mesmo horário). Exemplo: no meu caso, como estava num grupo de 7 pessoas, tive que adquirir 2 cartões pois, mesmo com saldo suficiente (cartão carregado com mais de 7 passagens), o sistema não permitia que os 7 passageiros embarcassem na mesma estação e no mesmo horário utilizando o mesmo cartão.

Caso prefira, você pode também adquirir o newyorkpass (uma espécie de passaporte individual que dá o direito de visitar várias atrações e de ir de uma a outra nos famosos big-bus-hop-on-hop-off – ônibus especiais que fazem diversas paradas nos principais pontos turísticos da cidade dando ao passageiro o direito de desembarcar e embarcar diversas vezes, sem custo adicional).

Acima, Museu de Cera Madame Tussauds; abaixo: à esquerda, loja de brinquedos Fao Schwarz e, à direita, Charging Bull. (*)

Para visitar a Estátua da Liberdade (Statue of Liberty), caso queira ir até sua base, você deverá adquirir o ticket, no qual está incluso, também, o acesso ao ferry boat que te levará até lá, e fazer sua reserva (no momento da edição desta matéria, os preços eram U$ 16, para crianças de 4 a 12 anos, U$ 21, para pessoas acima de 62 anos, e U$ 25,50 para demais adultos – abaixo de 4 anos não paga). No entanto, se você se conformar em apenas vê-la de uma distância razoável, poderá pegar uma balsa (Staten Island Ferry), GRATUITAMENTE, na Estação South Ferry (vide mapa e saiba mais aqui – texto em inglês) que te levará até Staten Island, num passeio que dura apenas alguns minutos mas que proporciona uma vista maravilhosa de Manhattan, além de passar próximo à Estátua da Liberdade tanto no trajeto de ida quanto no de volta (perfeito para as famosas selfies). Ao chegar em Staten Island, você deverá desembarcar e, caso não queira explorar o lugar, basta retornar na próxima balsa. O passeio acontece várias vezes ao dia, em pequenos intervalos, e o melhor: NÃO PRECISA RESERVAR. Nem preciso dizer que esta foi minha opção e da qual não me arrependo, pois vi a estátua de perto sem gastar um centavo sequer. O ferry (como a balsa é conhecida) comporta centenas de pessoas e dispõe de lugares para sentar, banheiros e wi-fi.

Um tema que me decepcionou um pouco em NY foi alimentação. Para começar, geralmente os hotéis dos Estados Unidos não oferecem café da manhã incluso no valor da diária (e no que me hospedei o preço do coffee break era bem “salgado”, mas pensei que encontraria muitas opções nos arredores… e não foi bem assim). Claro que facilmente se encontra unidades da rede Mc Donalds ou carrinhos de hot dog e pretzel espalhados pelas ruas, mas quase não havia padarias nem tantos restaurantes quanto eu esperava, especialmente na região da Broadway (Times Square), além do que vários deles atendem apenas mediante reserva antecipada (como eu já sabia disso antes da viagem e alguns amigos indicaram-me o restaurante italiano Carmine’s, tratei de reservar para a unidade Midtown, na 44th St west, 200, com mais de um mês de antecedência; se demorasse mais um pouco provavelmente não teria conseguido).

No entanto, havia um restaurante, próximo ao hotel onde nos hospedamos, chamado Ashley’s fine foods, no cruzamento da East 48th St com a Lexington Ave, que “salvou a minha vida” pois, além de funcionar 24 horas por dia e não exigir reserva, oferecia várias opções de alimentação, como lanches, sopas, comida tipo self-service, etc., ideal para quem está em grupo, pois cada um tem a liberdade de comer o que quiser sem ter que se deslocar a outro estabelecimento. Recomendo.

Sobre passeios, apesar de, no roteiro original, eu haver previsto uma visita ao topo do Empire States Building, graças à dica da concierge do hotel acabei mudando de ideia na última hora e optando pelo Top of the Rock (no Rockfeller Center) pois, além de serem passeios parecidos, segundo ela a vista que o segundo proporcionava era bem mais bonita (principalmente ao pôr do sol) porque, além de permitir uma visão mais ampla de Manhattan e arredores, ainda era possível avistar, de lá, o imponente Empire States Building totalmente iluminado. Sou grata a ela pela dica. Escolhi um horário que me permitiu ver a cidade antes de escurecer e após o pôr do sol. Simplesmente espetacular! E o melhor: era mais barato (no momento do fechamento desta matéria, os ingressos para o Top of the Rock estavam custando U$34 para adultos, U$28 para crianças entre 6 e 12 anos e U$32 para idosos, enquanto os do Empire States Building custavam U$54, U$47 e U$51, respectivamente).

Se você tiver intenção de assistir a algum espetáculo da Broadway e quiser garantir seu ingresso para determinado show em dia e hora previamente definidos, é aconselhável que você o adquira antecipadamente, pela internet. No entanto, caso não tenha preferências e queira deixar para decidir de última hora, poderá adquiri-lo num dos vários pontos de venda de tickets (um deles é o TKTS Times Square, localizado na W 47th St & 7th ave) que oferecem os mesmos ingressos por valores bem inferiores aos da bilheteria (com até 50% de desconto). Questão de sorte!

MEU ROTEIRO DIÁRIO

Dia 1. Programação inicial:

  • check in no hotel;
  • explorar os arredores (especialmente Rockfeller Center)
  • jantar no Carmine’s (reservado)
  • passear pela Times Square

No primeiro dia conseguimos cumprir os planos: chegamos no aeroporto JFK, em NY, numa quarta-feira de manhã. Apesar de ser possível ir para Manhattan de metrô, preferimos contratar uma van que nos levou até o Hotel Intercontinental Barclay, onde nos hospedamos, cuja localização é 111 East 48th Street, bem no coração de Manhattan (estrategicamente perfeita para os nossos objetivos). Devido ao trânsito carregado, demoramos mais de 1 hora para fazer o traslado, mas isso nem foi um problema, pois nos divertimos apreciando a paisagem branca (tudo coberto de gelo), o que era novidade para nós.

Após almoçarmos, saímos para conhecer os arredores, especialmente o conglomerado Rockfeller Center (que estende-se da 48th à 53rd St, entre a 5ª e a 6ª Ave), com seus imensos prédios, inúmeras lojas e a famosa árvore de natal gigante ao fundo da concorrida pista de patinação no gelo. Tudo lindo! Aproveitamos para comprar o ingresso e agendar horário para o Top of the rock.

À noite, jantamos no Restaurante Carmine’s (na 44th St) e aproveitamos para passear pela iluminada Times Square/Broadway.

Dia 2. Programação inicial:

  • passear, à pé, pela Fifth Avenue (5ª Avenida), sentido norte, até chegar ao Central Park
  • visitar a loja da Apple e a Fao Schwarz
  • pegar o metrô e ir para o sul visitar a Estátua da Liberdade
  • visitar o centro financeiro
  • visitar o Memorial 11 de Setembro

A primeira parte dos planos conseguimos cumprir à risca: após o café da manhã, seguimos, à pé, pela Fifth Avenue (5ª Avenida), sentido norte, até chegarmos ao Central Park. No trajeto, pequenas paradas para compras ou fotos diante de lojas famosas como a Rolex, Bulova, Sacks, Gap, etc., e uma visita à Saint Patrick Cathedral (Catedral São Patrício, que tem uma linda arquitetura e onde são realizadas, além das missas, grandes apresentações musicais, especialmente na época do Natal).

Logo na entrada do Central Park também havia uma pista de patinação no gelo, a qual estava bem movimentada naquela manhã congelante. O parque é imenso, mas o frio era tanto (cerca de -9ºC) que não suportamos ficar lá por muito tempo e desistimos de continuar explorando-o, optando apenas pelos passeios em ambientes fechados, tais como visita à loja da Apple e à agora desativada* Fao Schwarz (antiga loja de brinquedos, famosa pelo piano gigante que se toca com os pés e também por ter sido cenário do filme “Esqueceram de mim 2”).

*Atualizando: após 3 anos fechada, em 16/11/2018 a Fao Schwarz foi reaberta. Notícia maravilhosa!

Em seguida pegamos, então, o subway (linha N-R-W) na esquina da Fifth Avenue com a 59St, que nos levou até a estação South Ferry, no sul, de onde partimos para conhecer a Estátua da Liberdade, conforme expliquei acima.

No retorno, a ideia inicial era seguir à pé até o Tribute Center e/ou Memorial e Museu Nacional 11 de Setembro, que ficam na Greenwich St, passando, no caminho, pela Broadway, para conhecer o Centro Financeiro de Manhattan, onde ficam os bancos e o famoso Charging Bull (búfalo de bronze o qual, segundo a lenda, atrai dinheiro a quem passar a mão nele – confesso que eu quase o lustrei todo mas até agora não vi a cor do dinheiro rs). No entanto, após acariciar o animal, a parte feminina do grupo quis dar uma “passadinha” na loja Century 21, na Dey St, próximo dali, de onde acabamos saindo super tarde e com muitas sacolas. Consequência: perdemos o horário de visita aos locais inicialmente programados. Então pegamos o metrô de volta para o hotel (cuja estação mais próxima é a Grand Central Station, que fica na esquina da 42nd Street com a Park Avenue e é a principal estação de NY, tendo sido cenário de vários filmes, dentre eles o “Madagascar”). Desembarcar ali foi emocionante, pela história e beleza do lugar.

Fisicamente esgotados e com muito frio, terminamos o dia tomando uma sopa na Ashley’s fine foods e descansando no hotel.

Dia 3. Programação inicial:

  • visita à ONU
  • visita ao museu de cera Madame Tussauds
  • passeio pela 46th Street (“Little Brazil”)
  • ver a cidade do alto do Top of the Rock
  • jantar na Broadway (Hard Rock Café)

Neste dia deu quase tudo certo: logo pela manhã fomos visitar, à pé, o prédio da ONU, que fica na First Ave., entre a 42nd St. e 48th St. De lá seguimos para o Museu de Cera Madame Tussauds, na 234 West 42nd St. (metrô – 1, 2, 3, 7, N, Q, R, W, S). Após, passamos pela 46th St, também conhecida como “Little Brazil”, e, à tarde, pouco antes do pôr do sol (que em dezembro costuma acontecer antes das 16 horas (4PM), subimos (de elevador, claro!) os 86 andares do Top of the Rock, no Rockfeller Center, onde permanecemos até o sol se por, rendendo-nos uma linda recordação e fotos incríveis. Mais um passeio pela Times Square/Broadway, compras na Forever XXI,  e uma frustração: havíamos combinado de jantar no Hard Rock Café (1501 Broadway), mas naquela noite estava tendo um evento restrito e infelizmente estava fechado para o público. Terminamos por jantar no Mc Donalds na nossa última noite em NY.

Dia 4. Programação inicial:

  • patinação no gelo (pista a decidir)
  • visita à Brooklyn Bridge
  • visita aos bairros Little Italy e Soho
  • check out no hotel
  • voo para Orlando (17 horas – 5PM)

Conforme lista acima, toda a programação do dia precisou ser abortada. O motivo? Após recebermos a notícia, na noite anterior, de que os aeroportos seriam fechados em razão da neve que começaria a cair na cidade nas próximas horas (o que causou-nos receio de ficarmos “presos” ou “ilhados” lá por tempo indeterminado), liguei para a companhia aérea e consegui antecipar nosso voo. Então, logo pela manhã, seguimos para o aeroporto, levando, além das malas, a frustração de não termos conseguido cumprir toda a programação e a vontade de voltar ali um dia.

Apesar de tudo, quero registrar que a viagem valeu muito a pena. NY é uma cidade incrível! Por todos os lados nos deparamos com inúmeros dos tradicionais táxis amarelos, além dos imensos arranha-céus (alguns tem alturas tão exageradas que permitem que o sol bata no solo apenas por volta de meio dia).

Também gostaria de dizer que é muito fácil andar por lá, especialmente em Manhattan, pois suas ruas (que são horizontais no mapa) e avenidas (verticais) são numeradas em ordem crescente e os quarteirões são quadrados.

O imposto único (que incide sobre toda compra) é de 8,5% em NY, mas há alguns estabelecimentos (como é o caso da loja Forever XXI) que não cobram essa taxa do consumidor final.

Dicas:

  1. Se viajar para NY no inverno e não tiver roupas apropriadas para suas baixíssimas temperaturas e nem quiser gastar dinheiro com algo que usará somente lá, vista-se como uma cebola (dica da minha amiga Mônica rs), ou seja, em várias camadas de roupas e meias. Se estiver nevando, evite calçados de tecido (como tênis, por exemplo), pois o gelo pode penetrá-los e molhar e congelar seus pés, causando gangrena. E prefira os de sola grossa. Para minha viagem, eu comprei, ainda no Brasil, apenas meias longas e camisetas antitérmicas e levei minhas roupas mais quentes. Foi quase o suficiente (precisei comprar mais luvas para sobrepor uma à outra porque um par só não estava aquecendo as mãos como deveria). E não se esqueça de levar seus agasalhos e acessórios (como luvas, cachecóis, gorros, protetores de orelha, etc.) na bagagem de mão, para poder se proteger assim que chegar ao aeroporto americano. Afinal, se lá for inverno, sairá do Brasil em pleno verão e poderá se esquecer de manter os agasalhos à mão para enfrentar o choque térmico que sofrerá ao chegar lá;
  2. Importante ressaltar, também, que nos Estados Unidos é levada bem a sério a questão das gorjetas (até porque é a única fonte de renda de muitos trabalhadores), então é de bom tom pagar as gorjetas nos restaurantes (média de 15% do valor consumido) e o mínimo de U$ 1 por mala ao carregador e U$ 1 por dia de hospedagem para a arrumadeira (deixar o valor no quarto no último dia);
  3. No inverno, o dia demora a clarear (por volta de 9 ou 10 horas da manhã – 9-10AM) e escurece bem cedo (entre 15 e 16 horas – ou 3-4PM), então atente-se para fazer sua programação de forma que os passeios ao ar livre ou que necessitem de luz do sol sejam feitos dentro desses horários.

(*) Fotos do meu acervo pessoal. Direitos deverão ser preservados.

por Nelly

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