Viajando para a Itália com Mariana Soli

mariana soli

Acima, Coliseu; abaixo, Vaticano e monumento a Vitor Emanuel, em Roma.

DESTINO VISITADO: Itália.

Viajando sem neura: Foi sozinha?

Mariana: Não. Fui com meu pai.

Viajando sem neura: Quando esteve lá? Ficou quantos dias? Acha que o período foi ideal, curto ou grande demais?

Mariana: Era para termos embarcado dia 13/01/2015, mas como eu ainda tinha 17 anos e esquecemos a autorização (saiba mais) da minha mãe, depois de muito trabalho conseguimos embarcar no dia seguinte. Retornamos dia 28. A viagem foi primeiramente a negócio, pois um dos objetivos era obter a cidadania italiana. Para isso ficamos no sul da Itália por 9 dias e tivemos a oportunidade de conhecer algumas cidades como Reggio Calabria e Messina (Sicília). Nos 5 dias restantes fomos para o norte e conhecemos muitos lugares: andamos por toda Roma, conhecemos Bologna (Bolonha), Mantua (Mantova) e alguns vilarejos como Goito, que era a terra do meu tataravô. Acho que a quantidade de dias que ficamos lá foi boa. Penso que se ficássemos menos o tempo seria muito apertado para cada lugar. Mas claro que deu vontade de ter ficado mais e conhecido mais lugares e pessoas.

Viajando sem neura: Estava frio ou calor?

Mariana: Sempre digo que fomos corajosos, pois fomos para a Itália em pleno inverno, saindo de São Paulo com sensação térmica de 35ºC e chegando lá por volta de 5ºC. Quando fomos pra o sul, o frio deu uma amenizada, ficando entre 12ºC e 18ºC. Meu pai andava até de camisa de manga curta. Um clima realmente muito gostoso.

Viajando sem neura: Dominava o idioma? Que dificuldades teve sobre isso?

Mariana: Acho que o italiano não é uma língua extremamente fácil nem tão difícil; então, antes de ir, assisti algumas aulas no Youtube. No entanto, na hora da verdade, ou seja, do “cara a cara” com os italianos, nada funcionou, não saiu uma palavra! (rs) Nossa salvação foi que compramos um chip de celular com internet, então ficávamos o tempo todo com o Google tradutor aberto, para nos ajudar em qualquer dificuldade. Muitas vezes tentei usar o inglês, mas não obtive êxito, pois os italianos, principalmente os mais velhos, não têm a preocupação de saber falar outro idioma.

Viajando sem neura: Quais eram suas expectativas antes da viagem e o que mudou depois que voltou? Ou seja, o que te surpreendeu e o que te decepcionou lá?

Mariana: Eu não pesquisei muito antes de ir justamente para não criar uma expectativa irreal, então apenas procurei alguns lugares interessantes para visitar e, quando cheguei lá, achei tudo espetacular. Me surpreendeu desde um relógio de sol na parede da casa na qual nos hospedamos no sul, até os carros movidos a diesel, as estradas, o alto índice de fumantes (desde o jovem até o idoso), a leveza das massas (foram os melhores macarrões que eu já comi na vida!), a paisagem com um verde diferente do que encontramos no Brasil, a grandiosidade dos monumentos, palácios e igrejas (que faziam a gente parecer uma formiga), etc. Um ponto que decepcionou foi a aparência das casas, principalmente em Roma, quando se chega de metrô: são prédios de poucos andares, desgastados pelo tempo, aquele monte de roupas penduradas em qualquer lugar, inúmeras pichações, casas habitadas mas “caindo aos pedaços”. Mas achei bom ter visto isso, pois significa que conhecemos os dois lados da cidade, como acontece em todo lugar.

Viajando sem neura: O que considerou caro ou barato em relação aos preços praticados no Brasil?

Mariana: Quando chegamos, meu pai e eu fizemos um acordo de não converter nada para não ficarmos assustados, portanto pensamos só em Euro. Em nossa primeira compra no supermercado da pacata cidade de Pallizi Marini, gastamos 17 Euros e saímos com as mãos lotadas: compramos carne, arroz, macarrão, óleo, cebola, molho, refrigerante, tempero, bolacha, etc. Nunca faríamos isso no Brasil, mesmo se convertesse para real. Achamos as hospedagens meio caras, mas não me lembro os valores exatos. Além disso, muitas vezes ficamos em casa de amigos que acabamos conhecendo lá. Em relação ao transporte, internamente andamos só de trem, metrô e ônibus. Excelentes meios de transporte, ficamos abismados ao ver que em cada ponto de ônibus tinha um painel eletrônico que informava os minutos e os segundos que faltavam para o ônibus chegar; e, realmente, podíamos até cronometrar: o ônibus chegava exatamente no horário previsto. Em relação ao trens, há vários tipos que circulam pela Itália: os mais caros, porém bem confortáveis, e que vão muito rápido, como o Frecciarossa, e os mais baratos, Regionale, os quais apelidamos carinhosamente de “carga seca”, que vão mais devagar mas chegam ao destino do mesmo jeito (forma mais viável para quem quer economizar).

Viajando sem neura: O que gostou (ou não) de comer ou fazer lá?

trem italiano frecciarossa

O imponente trem italiano Frecciarossa.

Mariana: A comida era algo que eu tinha muita expectativa, e ela não foi subestimada. Provei coisas, como a massa e o queijo, que são de outro mundo de tão boas… simplesmente espetaculares! Mais para o norte experimentamos os chocolates (muitos vêm da Suíça), que são maravilhosos. Muitas vezes acabamos cozinhando, então deixo aqui uma dica: se for cozinhar, compre muito sal porque o italiano não salga como o nosso. Todos falam da pizza italiana mas eu prefiro mil vezes a brasileira, pois eles fazem uma massa fina, colocam muito molho, uma fatia de queijo (no caso foi a Margherita) e levam ao forno e queimam as bordas… totalmente sem graça; tanto que, quando chegamos em Mantua, contamos a nossa frustração aos nossos amigos e eles então nos levaram para comer uma pizza chamada “de veras” que, realmente, era gigante e cheia de recheio. Meu pai amou a pizza mas eu ainda acho a nossa melhor.

Viajando sem neura: Fale sobre algo que achou curioso, diferente ou interessante.

Mariana: Vimos muitas coisas interessantes, por exemplo, por toda cidade havia tubulações de cobre do lado de fora das casas e analisamos a cultura do país, pois se fosse no Brasil com certeza não durariam um dia! Também o exemplo de cidadania, pois em toda faixa de pedestre que você coloca o pé, os carros param. Finalmente descobrimos porque eu e meu falamos muito alto: nossa ascendência, pois passávamos até desapercebidos com tanta gente falando alto (rs). Outro fato curioso foi quando meu pai pediu café: os brasileiros têm costume de tomar uma xícara cheia, e ele foi com o mesmo intuito mas, passados alguns minutos, o atendente chegou com uma xícara dentro da qual havia apenas um dedo de café. Meu pai achou que estava sendo sacaneado, mas depois soube que lá era assim mesmo.

Viajando sem neura: Pagou algum mico? Qual (is)?

Mariana: Pagamos muito micos! Um dia fomos a um pequeno açougue e pedi “carne moída” (em português mesmo). O atendente fez uma cara feia para mim, então eu vi que atrás dele estava a máquina de moer e comecei a apontar para ela. Nesse momento meu pai começou a rir enquanto o açougueiro, bravo, me corrigia, dizendo: “no, no, trituratá”. Quando fomos à Sicília, decidimos ir a um restaurante de peixes (cujo nome não me recordo) e, com a ajuda com Google tradutor, consultamos o cardápio e fizemos o pedido. Desde pequena, sempre gostei muito de camarão e, quando vi que ali tinha esse prato, não perdi tempo e logo pedi um. Quando o prato chegou, percebi aonde eu havia entrado: eram 4 camarões gigantes com casca e tudo, e um garfo e uma faca. Olhei para o camarão, depois para o meu pai e perguntei: “como eu como isso?”. Ainda bem que o restaurante estava vazio, porque se o chef já segurou a risada ao ver-me comendo com as mãos, se tivesse mais gente o mico seria maior. E os micos continuaram, mas é bom parar por aqui (rs).

Viajando sem neura: Pode dizer com que empresa(s) aérea(s) você viajou e em que hotel, ou hotéis, se hospedou, e o que achou deles?

Mariana: Fomos de British Airways (companhia britânica) com escala em Londres, e voltamos de Iberia (companhia esponhola) com escala em Madrid. Hospedamos em hotel somente em Roma (Hotel Contilia, que fica na Stazione Termini), o qual possui uma boa localização, ótima acomodação e um maravilhoso café da manhã.

Viajando sem neura: Gostaria de ir de novo?

Mariana: Com certeza, mas na próxima vez quero levar a minha mãe e conhecer outras cidades que não tive a oportunidade de visitar, como Milão, Florença, Gênova, Pisa, Verona, Mônaco e outras.

Viajando sem neura: Que dicas você daria a quem ainda não conhece o lugar?

Mariana: Fazer uma pesquisa antes e traçar um roteiro com os principais pontos que quer visitar; conversar, também, com pessoas que já foram, pois com certeza receberá dicas e, quem sabe, indicação de algum amigo para te hospedar lá, já economizando sua viagem. Se for ficar mais de 15 dias compensa comprar um chip com internet, pois isso facilita muito a vida, mas para ir comprar o chip tem que estar acompanhado de alguém que saiba italiano senão fica difícil. Antes da viagem, faça exercícios para criar resistência, porque ninguém te fala que vai andar tanto! E, imagina você deixar de conhecer algum lugar porque está cansado!


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2 Resultados

  1. Valderez disse:

    Muito bom, gostei das dicas.

  2. Roberto disse:

    Muito boa publicação. Adorei os comentários e a descrição feita dos locais visitados. Realmente me surpreendi quando vi que a Mariana pensou igual eu quando passei pela Itália. Conhecer locais históricos, locais tradicionais, não ficar convertendo Euro para Real quando for comer, aproveitar ao máximo e viver cada momento disponível. Parabéns pela publicação.

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